segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Identidade

Fear of the name is fear of the thing itself. (Hermione Granger)
A maneira mais fácil de vencer um inimigo é confundindo-o. O método mais fácil de confundir seus adversários é tirando-lhes o nome. Isso foi feito em todos os estágios na história, e com grande. Transformar um nome poderoso, de substantivo em adjetivo, é a técnica preferida.
Como não lembrar de "Samaritano", "Judeu" e, mais recentemente, "comunista", "fascista", "gay" e, obviamente, "pedófilo".
A melhor maneira de humilhar um grupo é tirar seu nome e usá-lo para significar tudo aquilo que for feio e mau. Não importa o que significa e quais os objetivos do grupo; o importante é fazer com que eles não queiram mais usar seu próprio nome.
É claro que isso é importante, porque o nome dos pedófilos enfrentou essa humilhação. O alvo, é claro, não é o nome, mas o grupo. Entretanto o efeito é confundir, dividir, fazer com que não saibam quem são e o que significam.
A técnica, nesse caso, funcionou de uma maneira formidável, tendo resultado em muitos pedófilos tentando tanto livrar-se do uso da palavra quanto corrigir publicamente a descrição dada na mídia.
Uma coisa é usar nuances que melhor explicitem posicionamentos específicos diante da cena pedófila total: isso é algo normal que os grupos numerosos acabam, mais cedo ou mais tarde, fazendo. O que é errado, por princípio, e finalmente como estratégia, é abandonar os nomes. Abandonar o nome é abandonar a própria coisa. Se ainda resta algum orgulho, e algo que valha a pena defender, o nome precisa ficar lá. E é necessária uma luta para restaurar o valor e o orgulho do nome e eliminar a conotação negativa ou pejorativa que possa ter adquirido ao longo do tempo. Isso aconteceu com "Samaritano", "Judeu" e "comunista"; deu-se, de uma forma ou de outra com "gay" e pode muito bem acontecer com "fascista" passado tempo suficiente. Não há razão para não se buscar o mesmo para "pedófilo". Permitir que alguém roube seu nome é abrir a porta para que aquele alguém destrua completamente sua identidade. E essa é uma forma de genocídio.

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