segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Da Pedofilia

Faz-se necessário esclarecer algo: Não é ilegal ser pedófilo. Já estou cansado de escutar sobre esse tal “crime de pedofilia”, como se estupro e pedofilia fossem uma coisa só.
Não sou eu quem decidiu definir “pedofilia” como uma doença mental, mas ao ver que as massas a vêem dessa forma, considerá-la crime seria comparável a declarar criminosa uma pessoa com qualquer doença mental.
Acho que isso nos levaria então a trancafiar sua vovó, que tem Alzheimer, não é mesmo?
Mas eu consigo entender muito bem sua lógica, afinal de contas, todos nós sabemos que pedofilia não é uma doença, certo? Não é uma doença... O que ela é, então? Quem, dentre seus amigos - quem em meio à humanidade - iria deliberadamente decidir tornar-se um pedófilo? Seria algum tipo extremo de masoquismo? Quem decidiria sujeitar-se a se tornar um pária do mundo, desprezado e odiado até mesmo por sua própria família? Não esse não é o tipo de caminho que uma pessoa decidiria, conscientemente, seguir.
Bem, agora estamos diante de uma bifurcação em nosso caminho para o entendimento desse “problema”. Deixarei que você decida a quem imputar a culpa, isso já não importa nessa altura do campeonato. Será que se trata, então, de um encadeamento de fatos? Talvez o pedófilo tenha sido violentado quando criança. É bem popularizada a crença que nesses casos seja quase certa a produção de um pedófilo. Ou, talvez, o pedófilo já tenha nascido assim. Um caso clássico de natureza versus meio. Mas, como já proposto, é sua a escolha - trata-se de uma decisão sem quaisquer conseqüências práticas.
Como se pode perceber, não importa se o pedófilo é fruto da natureza ou do meio, de qualquer modo a escolha de ser um pedófilo não está sob o controle dele ou dela. Esse é um ponto importante, que merece ser reiterado: O fato de uma pessoa sentir ou não atração por crianças não é uma escolha que alguém conscientemente adota em algum ponto de sua vida. Por algum motivo, essa decisão está mantida bem distante do controle individual.
Ele ou ela - esse pedófilo ideal - tem tantas possibilidades de alterar essa disposição quantas tem o homem de alterar o clima de Marte.
Desse modo, nada mais lógico que um pedófilo não possa ser julgado meramente pelo fato de ser, já que, pelo contrário, somente se pode ser julgado por ações.
A maioria dos pedófilos na Internet, ou em qualquer outro meio, são pessoas de bem, que respeitam as leis e pagam seus impostos, e que são muito frustrados por sua impossibilidade de viver plenamente suas vidas. Tratam-se de criaturas bem diferentes daquelas que, por influência da mídia, geralmente se supõe. São seres humanos, com sentimentos - amor, ódio, tristeza, alegria. Criaturas com emoções, com sucessos e fracassos, alguns momentos brilhantes e outros estúpidos. Criaturas que erram, e que aprendem. Pensam, respiram. São como você. E eu sei que você não gostaria de estar no lugar delas.
É mais fácil perseguir se não se percebe a criatura perseguida como um ser humano.
Uma pessoa não pode - e pelo menos enquanto um de vocês não rasgar a constituição, nunca poderá - ser mandada (justificadamente) à cadeia, ou de qualquer outro modo ser punida, simplesmente pelo fato de ser pedófilo.
Mas, você pode apaziguar seus temores. De antemão sei que minhas palavras não serão ouvidas. Não estou escrevendo tudo isso para mudar o mundo. Sei que já está condenado. Estou escrevendo essas linhas como alguém que está a derramar uma gota de razão num mar de caos, só para se revoltar com a rapidez com que ela se dissolve. Um tipo de fascinação mórbida pela desesperança total.
É, talvez eu ainda dê esperanças a algumas pessoas.
É verdade que há uma caça às bruxas aí, irracional como toda caça às bruxas, contrária aos sentimentos, mas sentimentos não podem submeter-se a julgamentos, já que sentimentos são sublimes e estão dentro de nós. E nós, seres humanos, não fomos feitos para controlá-los.
Não podemos agir... É verdade, não podemos agir pois está escrito em algum lugar essa proibição. Mas podemos sempre sentir, porque vivemos em países democráticos onde sentimentos não podem ser considerados crimes.
Somente o preconceito mantém-se contra nossos sentimentos.
O que é certo e o que é errado (a propósito) é só uma questão de escolhas aleatórias, impostas à sociedade por alguns de seus membros. Você pode estar certo: Há (houveram e sempre haverão) muitas outras sociedades onde o amor intergeneracional é visto de maneira positiva, e até incentivado.
Os pedófilos são aqueles que são naturalmente capazes de entender e respeitar as crianças, em meio a um mundo pedófobo. Os pedófilos são aqueles que desejam ver felizes as crianças que os cercam. Os pedófilos são aqueles que estão felizes em respeitar os pontos de vista das crianças, e isso, meus amigos, ninguém tira de nós!
Só é preciso ser fortes (e os pequenos amigos dão essa força). É preciso ser fortes para conseguir lidar com toda essa injusta pressão social.
A sociedade está cega de preconceitos e falsas premissas: Não há muito o que se possa fazer, além de ser fortes, de unir forças, aumentar amizades, e viver as vidas da melhor maneira que possível, lutando pela liberdade, pela verdade, e para, sempre que possível, tentar mudar um pouquinho o mundo.

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